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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cinco Big Bens abalam o Flamengo



por Marcelo Damato

Um mistério ronda o Flamengo (na verdade, são muitos, este é um em particular): em maio de 2011, o Flamengo firmou um contrato de licenciamento com a marca francesa de relógios Hublot. O fabricante iria produzir duas séries de 250 relógios com o escudo do Rubro-Negro. O nome do modelo já parecia um prenúncio : Big Bang Flamengo. Em troca o Flamengo iria receber R$ 500 mil e mais seis relógios da grife, avaliados em R$ 40 mil cada uma das peças. Na cerimônia, o presidente da Hublot, Jean-Claude, presenteou a presidente Patricia Amorim com um relógio da marca.

O lançamento foi um sucesso entre os rubro-negros de maior poder aquisitivo. Dentro e fora do Brasil. Apenas no exterior, foram vendidas mais de 60 peças, num negócio total de R$ 2,4 milhões. Afinal, o Flamengo é o time do povo. Porém, de todos os povos.
Alguns relógios foram reservados a rubro-negros ilustres, de longa data, ou nem tanto. Reservados para a compra, claro. Ronaldinho Gaúcho poderia ter o número 1 – coisa fina é sempre numerada. Mas talvez antevendo que seu futuro na Gávea não seria longo, declinou. O técnico Vanderlei Luxemburgo não se fez de rogado e arrematou o número 2. Se um dia realizar o sonho de ser presidente do clube, não fará feio na posse, pelo menos no relógio.

A Zico, o eterno ídolo, foi reservado, claro, o 10. Mas o Galinho, que não é de luxo, tampouco comprou.
Passados 20 meses do acordo, toda a primeira série está praticamente esgotada. Há pouquíssimos exemplares que ainda estão à venda.

Por isso, foi lançada uma segunda, mais 250 relógios, estes de ouro, a 105 mil reais a unidade – chamados de Big Bang II. Praticamente o preço de um automóvel de luxo. Se o fabricante vender todos os 500, a receita total será de R$ 36,3 milhões. Desse total, só R$ 500 mil foram para o Flamengo. E mais seis destes luxuosos objetos.

Mas para quem ficaram?

De um dos relógios se conhece o paradeiro. Em sua posse como presidente eleito, Eduardo Bandeira recebeu-o da presidente que deixava o cargo, Patricia Amorim. Decerto, sem se aperceber da situação, Bandeira o recebeu de bom grado. Foi uma felicidade passageira. Logo de manhã, foi alertado por amigos e aliados de que não poderia ficar com o presente, pois não se tratava de um brinde, mas de uma joia pertencente ao clube. Na hora, mandou guardar o Hublot no cofre. Do Flamengo, claro.

Mas ainda sobram cinco. Quando assinaram o contrato, disseram que eram para os seis presidentes de Conselho – Diretoria, Deliberativo, de Administração, Fiscal, Beneméritos, Assembleia Geral – diz Leonardo Ribeiro, presidente do Fiscal.

– Eu não recebi. Se tivesse teria vendido para comprar um carro, porque não tenho nenhum – justificou.

Walter D’Agostino, vice-presidente geral do clube, diz que não viu ninguém discutir sobre o assunto. Outras pessoas no Flamengo garantem que a versão da distribuição é fantasiosa.

E existem outras. Há notícias que tenham sido distribuídos a ídolos do clube, como o próprio Zico. Mas um conselheiro afirma que ficaram com Amorim – que teria sido aconselhada a devolvê-los.

O LANCE! procurou Patricia o dia todo. Seu marido, Fernando Sihman, disse desconhecer o assunto. Uma antiga assessora disse que um exemplar foi para o futuro Museu do Flamengo. Marcos Eduardo Neves, curador do Museu, disse que não foi informado de nada. A última reunião da equipe do museu foi há cerca de seis meses, mais de um ano depois de os relógios, ao menos em tese, terem sido entregues ao clube.

O L! procurou a nova diretoria para saber sua posição oficial. A única resposta que obteve é que o conteúdo do cofre não pode ser informado. Ninguém perguntou. Ainda não há inquérito para o caso.

Clube deve abrir inquéritos

Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal, deve abrir hoje um inquérito para apurar o destino dos cinco relogios da marca Hublot que estão supostamente desaparecidos do Flamengo.

Segundo Ribeiro, o valor total dos objetos, cerca de R$ 200 mil, é relevante o suficiente para merecer uma investigação.
A diretoria do Flamengo, embora não tenha se manifestado oficialmente até o fechamento desta edição, também pode abrir uma apuração própria. E o Conselho de Administração do clube poderá seguir um caminho semelhante.

Versão pirata circula no Fla

Uma versão pirata do relógio Big Bang Fla produzido pela Hublot em parceria com o Flamengo, já circula dentro do próprio clube e no pulso de conselhei-ros. O LANCE! apurou que um conselheiro o comprou por R$ 900 e que outros já pediram ajuda para comprar. Além disso, um site de pirataria em português que usa o nome da cidade de Miami oferece a réplica a meros R$ 398. Pela lei brasileira, essas réplicas são ilegais.

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