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domingo, 13 de janeiro de 2013

Sem dinheiro para pagar o CSKA e com meio bilhão de reais em dívida, a nova diretoria do Flamengo foi digna. E abriu mão da sua principal estrela: Vagner Love. Agiu sem irresponsabilidade, sem demagogia


Foi humilhante, mas necessário.

O Flamengo abriu mão de sua principal estrela: Vagner Love.

Foi um gesto de responsabilidade da nova gestão.

A contratação do atacante foi improvisada, absurda.

Com valores impressionantes para o talento do jogador.

Ele não faz parte da Seleção Brasileira.

Não atrai patrocinadores.

É uma estrela da Gávea, sem rentabilidade.

A sua volta ao clube foi um golpe de demagogia.

A então presidente Patricia Amorim estava desgastada.

Já sentia que sua reeleição se tornava cada vez mais improvável.

A bagunça administrativa e a falta de comando no futebol eram deploráveis.

Sem dinheiro para cumprir os compromissos financeiros, a saída era apostar na grandeza do Flamengo.

Convencer os vários credores que a torcida acabaria pagando todas as dívidas.

Conversa que o Al-Hilal não caiu.

Seus dirigentes haviam emprestado Thiago Neves.

E avisado que exigiriam a compra ao final do empréstimo de um ano.

Quando o prazo venceu, faltou dinheiro.

Patricia Amorim ainda tentou convencer os árabes a um reempréstimo.

Eles nem responderam.

Venderam o meia ao rival Fluminense por R$ 16,2 milhões.

A Unimed bancou os salários de R$ 730 mil, quase o dobro dos R$ 400 mil que recebia.

E ponto final.

Patricia ficou humilhada com a saída do jogador que era do Flamengo para as Laranjeiras.

Ela avisou que tinha de dar uma resposta imediata.

Até porque no ano passado ela tentaria nova reeleição na Câmara do Rio.

Adorou quando soube que havia a possibilidade de trazer Vagner Love de volta.

Seria melhor do que imaginava, o retorno de um ídolo da torcida.

Ele e Ronaldinho Gaúcho juntos poderiam ganhar títulos importantes, levar o clube para a Libertadores.

Ela não quis nem pensar que o clube já não pagava Ronaldinho.

Assis e seu irmão que tivessem paciência em relação aos atrasos do salário de R$ 1,2 milhão.

Deveriam ter, dizia a presidente.

Afinal, Ronaldinho estava no Flamengo.

Patricia Amorim foi taxativa com seus dirigentes em relação ao atacante do CSKA.

Ela quis o jogador de 'qualquer maneira'.

Os russos aproveitaram o desespero.

E venderam Love por uma valor muito acima do mercado.

Nada menos do que dez milhões de euros (cerca de R$ 27,6 milhões).

Pagou um milhão de euros à vista.

Os outros nove foram divididos em seis parcelas de um milhão e meio (R$ 3,7 milhões).

Os meses de vencimento: dezembro e agosto.

O salário do jogador foi acertado: R$ 500 mil mensais.

Contrato de três temporadas.

Love chorou na sua apresentação.

E dizia que estava voltando para ficar.

Que a Gávea era o seu lugar.

Patricia Amorim fez questão de estar em todas as fotos com ele.

Apresentação, carnaval.

Viraram tão amigos que o jogador se comprometeu a ser seu cabo eleitoral.

Não só no Flamengo como na busca da reeleição como vereadora.

Mas a realidade bateu à porta da Gávea.

Em maio de 2012 foi divulgado o balanço do clube.

As dívidas chegavam a R$ 434 milhões.

Os salários, direito de imagem e luvas passaram a não ser pagos.

Ronaldinho Gaúcho tomou uma decisão que ninguém esperava.

Abandonou e processou o clube por falta de pagamento.

Os atrasos também atingiram Love.

Mas Patricia pedia para ele ter paciência.

Que a fase ruim iria passar.

Com suas reeleições, tudo ficaria melhor.

Um novo plano financeiro seria imposto no Flamengo, prometia.

Vagner confiou e ficou ao lado dela até o fim.

Primeiro veio o fracasso nas urnas da Câmara Municipal do Rio.

Local onde ela chegou a levar 25 pessoas para trabalhar lá.

Entre parentes e funcionários do clube.

Depois, a queda foi completa.

Perdeu a eleição no Flamengo.

Com direito de imagem atrasado há mais de três meses, o jogador ainda tinha paciência.

Quem não teve foi a diretoria do CSKA.

Os russos não receberam a segunda parcela prometida para dezembro de 2012.

E procuraram o novo presidente do Flamengo.

Eduardo Bandeira de Mello não ouviu um suave tentativa de levar o jogador de volta à Europa.

Não.

Os russos mostraram os documentos e ameaçaram entrar com um processo na Fifa contra o Flamengo.

A alegação, falta de pagamento.

As provas eram claras.

O clube brasileiro teria de pagar e ainda seria punido.

A Fifa está cada vez mais firme com os caloteiros.

E o Flamengo poderia ficar proibido de fazer negociações por um período, talvez de um ano.

Isso seria um desastre.

Bandeira de Mello não foi irresponsável.

Nem demagogo.

Poderia comprometer ainda mais a vida financeira do clube.

Optou pela saída mais digna.

Devolver o jogador.

Não amarraria nove milhões de euros em um atleta que fará 29 anos em junho.

Love não tem tantos motivos para chorar.

Acreditando no contrato com o Flamengo, estava com sérios problemas financeiros.

Comprou, por exemplo, uma mansão de R$ 7 milhões na Barra da Tijuca.

Sem receber seus R$ 500 mil, estava desesperado.

Bandeira Mello não gostou de saber que ganhava tanto.

E pensava até em reduzir os seu vencimentos, antes da postura firme dos russos.

O CSKA caiu do céu para Love.

Ídolo por lá, recebeu a proposta de R$ 1,2 milhão por mês.

Aceitou imediatamente.

Vai quitar seus compromissos, que estavam pendentes.

O Flamengo perdeu o seu maior ídolo.

Mas a nova gestão mostrou o que estava faltando na Gávea.

O clube teve responsabilidade administrativa.

Artigo raríssimo nos tempos de Patricia Amorim.

Com meio bilhão de reais em dívidas, chegou a hora de cortar a própria carne.

Doeu, envergonhou.

Mas a solução foi ótima para Vagner Love.

E muito melhor para o Flamengo...



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2 comentários:

Anônimo disse...

A DIRETORIA FOI BEM DEMAIS

Unknown disse...

Acabou a farra na gávea, parabéns para a nova diretoria.
Vamos Mengãoooooooooooo.