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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sem Velódromo e de mudança, Diego Hypolito confessa: 'Desnorteado'




Sem CT do COB, ginastas do Flamengo, incluindo Jade Barbosa e Daniele Hypolito, se mudam para Três Rios e Minas Gerais na próxima semana


Por Amanda KestelmanRio de Janeiro



Foram duas perdas em pouco mais de dois meses. Depois do ginásio Claudio Coutinho, na Gávea, que foi atingido por um incêndio em novembro, o Centro de Treinamento da ginástica olímpica brasileira, no Velódromo do Rio, fechou as portas nesta sexta-feira. Com a página virada, algumas incertezas ainda rondam a cabeça dos atletas do clube, que na semana que vem começam a se mudar para Minas Gerais (masculino) e Três Rios (feminino). Ao olhar ao seu redor daquela que foi primeira estrutura de alto nível do esporte no país, Diego Hypolito não consegue esconder a mágoa do adeus forçado e mostra certa dificuldade em acreditar no cenário.
Diego Hypolito e Daniele se despedem do Centro de Treinamento do Velódromo (Foto: Amanda Kestelman)

- Quando pegou fogo no ginásio do Flamengo, a gente não imaginou que isso podia acontecer. A gente tinha esse Centro de Treinamento (no Velódromo). Aquele era o ginásio que eu treinei a minha vida toda, desde que tinha oito anos de idade. Todos os dias, regularmente, menos domingo. Esse CT tem um nível maior que o do Flamengo, faltando algumas ''bobeirinhas'', mas os dois eram excepcionais. Não parece que isso está acontecendo. A gente ficou perdido, sempre procurando respostas, ajuda das pessoas. Sempre ligo para alguém do COB, do Flamengo, e eles dão as soluções que podem oferecer. Perdendo os dois ginásios, a gente ficou inicialmente desnorteado.



O Velódromo do Rio custou R$14 milhões e foi construído para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. No entanto, ele não atende os requisitos para ser os Jogos Olímpicos e será demolido para a construção de um novo, com custo estimado de R$ 134 milhões. A direção do Flamengo encontrou como solução adequada e imediata uma mudança de cidade para seus ginastas. Doze meninas, incluindoJade Barbosa e Daniele Hypolito, vão morar no município de Três Rios. Os rapazes, por sua vez, partem para Minas na próxima semana. Eles vão morar todos juntos e voltam para suas casas nos fins de semana. Apesar do desconforto da mudança, Diego Hypolito não mostrou preocupação quanto ao olhar atento do clube que representa e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) com a situação da ginástica.

- A gente está triste porque o velódromo tinha um ginásio excepcional, mas sabemos da necessidade de mudanças por causa das Olimpíadas. O importante é que essa aparelhagem vai ser usada no novo CT da ginástica. A gente vê um esforço do Flamengo e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em encontrar um local adequado para a gente. É um esporte que conseguiu uma medalha olímpica em Londres e vamos focar nessa objetivo para o Rio de Janeiro (2016). Isso nos tranquiliza. Já falaram para a gente o interesse de ter um Centro de Treinamento aqui na Barra também, mas inicialmente pode ter um outro local em torno de dois meses - disse o atleta. Diego só integra a equipe masculina, em Minas, em duas semanas. Ele permanece alguns dias a mais Rio para um trabalho de reabilitação e fisioterapia.

Por enquanto, tanto Diego quanto o corpo técnico do Flamengo não enxergam danos técnicos por conta da mudança. Mesmo com toda a lamentação diante do adeus do CT, ele enalteceu o fato de ter tido a oportunidade de trabalhar em uma estrutura como essa em seu país.
Daniele Hypolito e Viviane Cardoso, técnica do Fla, se despedem do velódromo (Foto: Amanda Kestelman)

- A gente aproveitou o máximo desta estrutura, conseguimos evoluir muito no tempo que ficamos aqui. Mas vai dar uma tristeza grande. Ontem eu praticamente não consegui dormir. Não tem como não ficar na cabeça. A gente teve um ginásio de estrutura internacional, vai ter outro, mas esse foi o primeiro. Foi o que houve de melhor de toda nossa época de ginástica. Vai bater uma tristeza em ter que sair de casa - disse visivelmente emocionado.

Além de deixar o Rio de Janeiro, Diego vai, pela primeira vez, treinar longe de sua irmã e fiel escudeira, Daniele. Ele não fez um drama da situação, mas voltou a bater na tecla de que espera voltar a treinar na cidade o quanto antes.



- A gente vai ter que dividir um pouco a família. Eu e a Dani temos a sorte de sempre ter um familiar próximo, mas em prol de algo melhor para a gente. Se hoje o que a gente tem de melhor é em Minas, para mim, e Três Rios, para a Dani, é o que a gente tem que fazer. A prioridade ainda são as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Só espero que a gente possa voltar o mais rápido possível para o Rio - completou.

Por enquanto, o Flamengo não tem previsão alguma quanto ao ginásio da Gávea. Ana Paula Luck, supervisora da ginástica do Rubro-Negro, aponta questões burocráticas como empecilho para resolver a questão da casa da equipe.

- Tem uma burocracia muito grande. O seguro está fazendo uma série de exigências e muitos dos nossos aparelhos eram importados. Existe uma papelada que o Flamengo está tendo que apresentar e isso demora um pouco. Portanto, ainda não temos previsão. Vai mudar muita coisa para os atletas, perde um pouco da identidade - disse.

Além de Diego Hypolito, os ginastas Sergio Sasaki, Petrix Barbosa e Caio Campos, todos da seleção brasileira, vão usar as dependências do Minas, que acertou um acordo com o clube rubro-negro. Jade, Daniele, Letícia Costa e as juvenis vão dividir uma casa em Três Rios, onde a prefeitura fechou uma parceria com o Flamengo.







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