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sábado, 14 de julho de 2012

Nada feito: em um ano, Flamengo empilha negociações fracassadas


Kleber, Thiago Neves, Diego, Juan... sem dinheiro e com dirigentes divididos, clube falha na busca por nomes de peso


Num só dia, duas frustrações. A sexta-feira poderia ter sido de boas notícias para o torcedor do Flamengo. A diretoria rubro-negra esperava um “sim” do Wolfsburg sobre a tentativa de contratar o meia Diego e internamente tratava como certo o retorno do zagueiro Juan, que decidiu deixar o Roma um ano antes do término do contrato. Nada feito. Os alemães disseram “não” ainda na quinta e oficializaram a negativa no dia seguinte. Promessa de campanha de Patricia Amorim, Juan tem acerto encaminhado com o Inter e é aguardado em Porto Alegre na segunda-feira. A corda esticou. A janela de transferências vai fechar no próximo dia 20, e o sonho de contratar um camisa 10 de peso ficou distante.

Dois banhos de água fria que não são novidade para a atual gestão. Apesar de ter conseguido acertar com Vagner Love nesta temporada, há um ano o Rubro-Negro empilha negociações fracassadas. E sempre tropeça nas dificuldades financeiras e nos conflitos internos de interesses. Tentou o atacante Kleber, na época do Palmeiras, e não conseguiu. Tentou Juan em cada abertura de janela de transferências do exterior, mas falhou, assim como na tentativa de manter Thiago Neves, que acabou indo parar no Fluminense na virada do ano. A frase "todo mundo quer jogar no Flamengo", dita por muitos dirigentes e jogadores, não


tem feito muito sentido.


Diego, de 27 anos, era o plano A do diretor de futebol Zinho e do vice de finanças Michel Levy. A dupla elaborou uma engenharia financeira, suportou a pressão interna contrária ao negócio, mas não conseguiu convencer o clube alemão a liberar o jogador. O Flamengo arcaria com R$ 500 mil mensais de salário por um ano. A outra metade seria de responsabilidade da Volkswagen, acionista do clube alemão, que investiria R$ 7,5 milhões no período e em contrapartida estamparia sua marca no espaço nobre da camisa rubro-negra. Não deu.

O Rubro-Negro retomou contato com Juan, de 33 anos, nesta semana para tentar repatriá-lo e aguardava uma resposta sobre a oferta salarial, algo em torno de R$ 350 mil. O zagueiro ainda tinha mais um ano de contrato com o Roma, clube que defende desde 2007. No fim de maio, Juan confirmou que havia sido procurado por Zinho, mas disse que aquele não era o momento ideal para voltar ao Fla. Foi na Gávea que o zagueiro foi projetado para o futebol. Desta vez parecia que a volta seria o caminho, mas o Inter fez uma oferta superior. Neste caso, Zinho e Michel Levy ficaram em lados opostos. O vice de finanças era contra o acerto.

Em julho do ano passado, o Flamengo tentou contratar Kleber, então jogador do Palmeiras. Levy tomou novamente a dianteira das tratativas. O Rubro-Negro fez uma oferta no valor de R$ 7 milhões por 50% dos direitos econômicos do Gladiador. Depois, estudou aumentar a proposta, manteve conversas com o empresário Giuseppe Dioguardi, e afirmou ter desistido oficialmente da contratação. Hoje, Kleber está no Grêmio e trabalha com Vanderlei Luxemburgo. Técnico do Flamengo na época, ele não aprovava a contratação.

O Flamengo contratou Thiago Neves por empréstimo junto ao Al Hilal, dos Emirados Árabes, por um ano, comprou 10% dos direitos econômicos, mas não conseguiu exercer a opção de comprar. Sem conseguir pagar os R$ 18 milhões pré-estabelecidos, viu o meia se transferir para um rival. Thiago voltou ao Fluminense.

Além das tentativas frustradas, o Flamengo perdeu Ronadinho Gaúcho. Depois de um ano e quatro meses, o camisa 10 deixou o clube sob alegação de descumprimento de contrato. Ele cobra R$ 40 milhões na Justiça do Trabalho e agora é jogador do Atlético-MG.

Plano B para a camisa 10 pode estar na América do Sul

Sem Diego, Zinho procura um novo nome para o meio-campo. Riquelme, que decidiu deixar o Boca Juniors, tem corrente na Gávea, mas não agrada ao diretor de futebol. Zinho reconhece a qualidade do argentino, mas a idade, 34 anos, o temperamento difícil e o histórico de problemas de relacionamento são apontados por ele como obstáculos.

Diante da dificuldade de encontrar um nome de peso na Europa e conseguir arcar com a parte financeira, o dirigente passa a olhar para a América do Sul.

Procurado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, o vice de finanças Michel Levy disse que apenas Zinho pode falar sobre a tentativa de contratar jogadores. O diretor, por sua vez, não foi encontrado para comentar o assunto. Ele está em Salvador com a delegação para o jogo contra o Bahia, domingo, pelo Brasileirão.



fonte:globo.com

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