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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Consórcio Maracanã indica ceder às exigências do Flamengo e acordo se aproxima



Por Gabriela Moreira e Pedro Henrique Torre para o ESPN.com.br

Pedro Henrique Torre/ESPN.com.br

Maracanã será reaberto com clubes no dia 21 de julho, no clássico entre Fluminense e Vasco, pelo Brasileiro

O Flamengo se considera a "Madonna do Maracanã". Para acertar contrato com o consórcio vencedor da licitação para administrar o estádio por 35 anos, pediu para ser ainda mais cortejado do que os outros clubes. E conseguiu. Nas últimas conversas, a postura do Consórcio Maracanã S/A se mostrou bem mais flexível e indicou que deve caminhar para ceder e aceitar dois pilares considerados fundamentais para a parceria sair do papel na visão dos dirigentes do Flamengo: um contrato com duração menor do que os 35 anos da licitação e, principalmente, a participação na exploração comercial do estádio e não apenas na receita de parte da arquibancada. O clube deseja o estádio inteiro. Não apenas parte dele.

A projeção do Flamengo é de poder levantar, anualmente, até R$ 70 milhões com o estádio. Para ter certeza de que poderá alcançar as cifras, a participação em assentos vip, camarotes, estacionamentos, bares e placas de publicidade é considerada fundamental. A oferta feita inicialmente pelo consórcio contemplava apenas a receita de áreas fixas nos lados da arquibancada atrás do gols, nos moldes do contrato assinado pelo Fluminense durante esta semana. De cara, a diretoria refutou esta hipótese e manteve a postura firme de explorar todo o estádio ou não ter acordo. O Flamengo nunca aceitou um contrato de 35 anos e apenas receita em áreas fixas no estádio.

"Cada um tem a sua necessidade, o seu modo de perceber o negócio e o plano de negócios. O modelo faz com que ele se adapte ao que cada um quer. A gente está no momento de 'o quê ele quer? o quê eu quero?' A gente está chegando lá", afirmou o presidente do Consórcio Maracanã S/A, João Borba, aoESPN.com.br
Tiago Leme/ESPN

Setores laterais da arquibancada: fora de acordo do Flu

A declaração de Borba indica a disponibilidade de tratamento diferenciado ao Flamengo. O Consórcio reconhece que a falta de acerto com o clube de torcida mais popular no Brasil seria um baque no empreendimento. Após acertar acordo com o Fluminense por 35 anos e garantir ao clube tricolor apenas possibilidade de lucro com receitas de 43 mil assentos atrás dos gols, o Consórcio está próximo também de um acordo com o Botafogo.

Com o acerto de dois clubes firmado, como determina o contrato da licitação, o grupo formado por Odebrecht (90%), IMX (5%) e AEG (5%) sente-se mais disposto a ser maleável com as vontades da "Madonna do Maracanã". Mas evita deixar claro, ao menos publicamente, que já cede aos desejos dos rubro-negros diante do jogo duro.

"Não sei, depende do que ele (Flamengo) faria em troca. Existe um bolo. E há várias formas de dividir esse bolo", afirmou, em um tom enigmático, João Borba.

Com o vislumbre de lucro, a diretoria do Flamengo entende que não pode ser tratada como um inquilino no Maracanã. O desejo é de ser um sócio do consórcio, com receitas divididas. Na calculadora rubro-negra, há margem para prejuízos menos vultosos em partidas de menor porte desde que nos jogos de maior apelo, por exemplo, haja participação direta na porcentagem de camarotes, um dos grandes geradores de receitas em estádios pelo mundo. O panorama de "custo zero" dito pelo presidente tricolor, Peter Siemsen, é considerado quase irrelevante na visão rubro-negra.

No caso do acordo com o Fluminense, as áreas laterais da arquibancada, onde existem assentos premium, estão fora e pertencem integralmente ao Consórcio, por exemplo. Com isso, em caso de lotação máxima do Maracanã o valor gerado de cerca de R$ 3,5 milhões destas áreas ficaria apenas com a empresa gestora do estádio. O Flamengo não admite não receber um percentual dos setores. Por enquanto, a diretoria tem uma postura cautelosa e não confirma que houve uma aproximação de termos nas negociações.

"Com a capacidade de geração de receita que a torcida do Flamengo tem, eu não posso me preocupar em jogar de graça. Tenho de me preocupar com quanto vou ganhar. O Flamengo hoje sabe fazer conta", afirmou o vice de finanças do clube, Rodrigo Tostes, um dos responsáveis pela negociação ao lado do presidente, Eduardo Bandeira de Mello, e do vice de relações externas, Flávio Godinho.

A intenção rubro-negra é fazer um acordo de aproximadamente dez anos, com possibilidade de discussão dos termos para prosseguimento da parceria no futuro. O Flamengo teria direito também a vestiário exclusivo, além de entrada e lugar fixos para sua torcida, provavelmente à esquerda das cabines de rádio, como nos velhos tempos de Maracanã. Enquanto isso, o clube segue jogando fora do Rio de Janeiro, principalmente em Brasília, onde já fechou pacote de seis jogos. Mas as cifras e termos se aproximam para, em breve, o Maracanã ter de volta a sua Madonna.



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