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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Campeões brasileiros de 92 festejam em pelada 20 anos do penta do Fla










Herói da conquista, Maestro Junior reúne ex-companheiros para uma partida comemorativa em clube na Zona Oeste do Rio de Janeiro

Dia histórico no Maracanã: 19 de julho de 1992. Ao todo, 145 mil pessoas para a grande final. Com um elenco formado essencialmente por jogadores revelados nas categorias de base, o Flamengo superou o Botafogo e foi pentacampeão brasileiro. E o protagonista daquela conquista? Um vovô-garoto. Leovegildo Lins da Gama Junior. Naquele tempo, na “juventude” de seus 38 anos, o experiente Maestro levantava o troféu e escrevia mais uma vez seu nome na história do Rubro-Negro. Perto dos 20 anos após a conquista, muitas lembranças ainda vêm à tona. E foi com esse clima de celebração que os heróis do título se reuniram neste sábado para uma pelada no clube Cheirinho do Gol, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.

– O grande motivo dessa comemoração é, justamente, para não deixar passar em branco. Até hoje, temos um laço de amizade muito forte – disse Junior, atual comentarista da TV Globo.

Em cada metro quadrado do Cheirinho do Gol, flamenguistas se surpreendiam com a presença e a chegada de seus ídolos 20 anos depois. Em meio às resenhas, cada jogador usava sua licença “poética” para tentar resgatar uma história mais interessante daquele dia inesquecivel. Os campeões Junior, Zinho, Marquinhos, Piá, Gilmar Rinaldi e Gelson Baresi marcaram presença na festa.

Espirituoso e sorridente como sempre, Junior era sempre requisitado para um forte abraço. Símbolo daquela conquista, o Maestro parecia voltar no tempo e fazia a alegria de quem estava a sua volta, falando sobre suas conquistas com a camisa do Flamengo. No futebol, o ídolo rubro-negro viveu momentos marcantes. Mas um em especial é inesquecível para o ex-jogador: a primeira partida da decisão. No dia 12 de julho, o Flamengo venceu o Botafogo por 3 a 0 no Maracanã e ficou a um passo do título, que veio uma semana depois, com um empate por 2 a 2.

- Não esperávamos ter feito aquele placar. Eu era o último remanescente daquela fase áurea do clube e estava com aquela garotada. Ali começou a história do Vovô-Garoto. Foi um momento único – disse o ex-lateral e meia, que já tinha sido campeão brasileiro em 1980, 1982 e 1983.

Na festa deste sábado, o público presente era de 100 pessoas. Com olhares atentos, aguardando a oportunidade de tirar uma foto com grandes nomes da história do clube, principalmente com Junior, um dos maiores laterais-esquerdos que o futebol conheceu. E também um meio-campo dos mais talentosos.

Em 1992, atuando como meia, liderou o Flamengo ao título nacional com 38 anos. A consagração do Vovô-Garoto e de jovens jogadores rubro-negros, como Marquinhos, Djalminha, Marcelinho, Nélio, Paulo Nunes, Júnior Baiano, Piá, junto dos mais experientes Zinho, Gaúcho, Gilmar e Gottardo, se deu com a conquista do Campeonato Brasileiro de 1992. Na época, o clube se tornou o maior vencedor da história da competição, com cinco títulos.

- A equipe ganhou força na competição. Embora houvesse atraso de salário, nosso time era muito unido. E tínhamos um foco: o título. O time do Botafogo, por exemplo, tinha muitos nomes. Mas nos fechamos. E fomos campeões. Participar dessa festa é motivo de muita alegria – relembrou Piá.

Na primeira fase da competição, o time da Gávea ficou apenas em quarto lugar, classificando-se para o Grupo 1 da fase seguinte com Santos, São Paulo e Vasco. Nessa etapa, ficou em primeiro lugar e garantiu a vaga para enfrentar o Botafogo, campeão do Grupo 2, na final do campeonato. Para Gelson Baresi, aquele título representou a essência do futebol.

- Por isso, o esporte é tão apaixonante. Nem sempre a equipe que tem os melhores nomes é a que vai ser campeã. O time do Flamengo de 1992 era muito bom, mas muitos ainda buscavam um lugar de destaque. O Junior era a única exceção. Voltar a jogar com esse pessoal hoje é motivo de muita satisfação.

Revelado no Flamengo, Zinho, um dos protagonistas daquela conquista, iniciou sua carreira em 1986, quando teve a oportunidade de atuar ao lado de Zico, Andrade e Leandro. Na opinião do atual diretor de futebol do Flamengo, o título nacional de 1992 foi mais importante em sua carreira do que o de 1987.

- Hoje, certamente, é um dia muito feliz para todos nós. O título de 92 abriu as portas da seleção brasileira para mim. E, por isso, dois anos depois, fui campeão do mundo com o Brasil. Em 1987, o sabor da conquista foi bem diferente. Nessa época, eu ainda era um menino. Estava começando. Em 1992, eu já era um jogador formado e uma das peças principais daquela equipe.

Neste sábado, o pagode e o churrasco ditavam o ritmo da festa. Ídolos de outras conquistas, Andrade, Adílio e Julio César, além do ex-presidente Márcio Braga, também foram prestigiar a comemoração.

- É muito bom saber que a geração de 80 serviu de inspiração para esse pessoal. Esses jogadores campeões, sem dúvida alguma, marcaram seus nomes da história do Flamengo. E merecem tudo de bom – finalizou Andrade.

Fonte: Globo Esporte.com

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