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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A FARSA - São Paulo e Penalty "mentem" para igualar Flamengo e Corinthians "anexa resposta são paulina ao jornalista"

Contrato divulgado pelo São Paulo foi de R$ 35 milhões, quando apenas R$ 13 mi entrarão nos cofres da equipe paulista



Em menos de um mês, Corinthians renova com a Nike, Flamengo finalmente acerta com a Adidas, e São Paulo oficializa a chegada da Penalty. Os três maiores clubes do Brasil, em tamanho de torcida, assinaram novos contratos de fornecimento de materiais esportivos. Como era de se esperar, houve uma competição informal pelo acordo mais rentável.

Mas desta vez ela não foi disputada apenas por torcedores em bares e redes sociais.

Nos primeiros dias de 2013, São Paulo e Penalty divulgaram que o valor total do contrato seria de R$ 35 milhões anuais. Um número alto suficiente para ficar à frente do Corinthians, que, segundo noticiou a imprensa até então, ganharia cerca de R$ 30 milhões por ano.

O São Paulo não ganha mais do que o Corinthians.

A Penalty irá pagar, em dinheiro, R$ 13 milhões anuais aos cofres do São Paulo como patrocínio. E não mais. Em quantidade de peças fornecidas no mesmo período, serão cerca de 110 mil. As informações, não confirmadas oficialmente, foram obtidas pelo NEGÓCIOS FC com fontes próximas à fabricante e ao clube.

Como, então, o valor divulgado seria de R$ 35 milhões?

A dupla multiplicou a quantidade de peças fornecidas, 110 mil, pelo preço que elas teriam no varejo, R$ 200. R$ 22 milhões. Mais os R$ 13 milhões que são pagos em dinheiro, voilá, R$ 35 milhões.

A conta matemática parece estar correta, mas não está. A Penalty não irá fornecer somente camisas de jogo, que custam R$ 200. Dos 110 mil, também há meias, calções, uniformes de treino, uniformes de goleiro, uma série de outros materiais que têm valor de varejo muito inferior ao preço de uma camisa titular ou reserva.

E, ainda, nenhum clube usa o varejo para calcular o valor dos materiais fornecidos, e sim o atacado, aquele que é recebido quando os produtos são vendidos para lojistas. Em média, R$ 70 por peça.

Mas por que, afinal, Penalty e São Paulo inflariam um contrato?

A empresa, ao dizer que assinou um contrato de R$ 35 milhões anuais com o São Paulo, aparenta ter maior poder de investimento para o mercado. Em um momento no qual Nike e Adidas ampliam a quantidade de clubes patrocinados no Brasil, estimuladas pela Copa do Mundo de 2014, é fundamental para a Penalty permanecer no jogo.

E o clube tenta convencer o torcedor de que tem um contrato que está entre os maiores do país.

O que o torcedor precisa ter em mente antes de competir pelo maior contrato é que dois fatores desfavorecem o São Paulo, um conjuntural e um estrutural.

Na negociação do contrato com a Penalty, o São Paulo tinha também uma forte proposta da Mizuno. A Nike, que já tem dois clubes em São Paulo, se absteve. A Adidas, mais interessada em gastar seus recursos no Flamengo, também. Menos concorrência leva a um valor mais baixo.

Um “problema” conjuntural.

Por outro lado, o São Paulo também está abaixo de Corinthians e Flamengo em número de torcedores. Independentemente de qual é a pesquisa, se é da Datafolha ou do Ibope, os tricolores paulistas se mantêm sempre na terceira posição, mas com alguma distância dos dois primeiros. E menos torcida representa, para as fornecedoras, menor capacidade de vender materiais esportivos – a grosso modo, claro, pois ainda se deve considerar qual torcida realmente consome mais produtos de seu clube, um dado ainda não pesquisado no Brasil.

Um “problema” estrutural.

Não significa – não se engane – que o São Paulo não fez um bom negócio. Fez. É claro que fez. É o maior contrato de fornecimento de materiais esportivos que o clube já teve, mas não é superior aos que Nike e Corinthians e Adidas e Flamengo assinaram no mesmo período.

Procurei a Penalty para detalhar os R$ 35 milhões divulgados, mas a empresa informou, via assessoria de imprensa, que “o valor específico de cada item do contrato não será aberto”. E acrescentou: “o que podemos falar é que este segue o padrão normal de contratos: dividido em pagamento para o clube, bônus por resultado e valor em fornecimento de material esportivo”.


NOTA DO SÃO PAULO

São Paulo responde e ataca jornalista



Em tempo: a Penalty se limitou a informar via assessoria de imprensa que o ‘valor específico de cada item do contrato não será aberto’. Já o São Paulo divulgou uma nota na noite desta quarta-feira em que questiona alguns pontos da reportagem e ataca o jornalista Rodrigo Capelo, da revista Época Negócios. Leia a nota na integra:

"O SPFC reafirma, em todos os seus termos, com a seriedade e a responsabilidade caracterizam esta Instituição e pelas quais é reconhecida no Brasil e no Exterior, o inteiro teor da sua NOTA OFICIAL sobre o tema, publicada no site do Clube em 1 de janeiro de 2013.

O jornalista responsável pela matéria atesta sua mais absoluta ignorância acerca do contrato que se propôs a comentar, desconhecendo, inclusive, o inteiro teor das propriedades envolvidas e, em especial, o fato de que, em se tratando de um contrato firmado com o SPFC, está envolvida a comercialização de propriedades atinentes ao Estádio do Morumbi, que poderão ser exploradas desde o momento inicial de vigência do negócio. Essa característica torna sua tentativa de realizar comparações para com contratos firmados com outros clubes (que, aliás, o SPFC nunca pretendeu estimular) absolutamente descabida.

Em todas as rubricas do contrato mencionadas pela matéria há erros e imprecisões. Nenhuma delas sequer se aproxima da realidade do que foi efetivamente avençado, o que condena em absoluto a referida reportagem em todos os seus termos e, em especial, no que tange à conclusão a que, equivocadamente, o jornalista responsável pretende induzir os seus leitores.

O jornalista errou o número de peças fornecidas, as premissas utilizadas para contabilizar seu valor, os valores pagos a título de royalties e, pior, mencionou um valor que se aproxima ao montante pago apenas a título de luvas como sendo o valor integral do preço do contrato. Nada mais absurdo!

Por razões de estratégia comercial e de negócios tanto da Penalty quanto do SPFC, refletidas nas cláusulas de confidencialidade do contrato, o SPFC está impedido de divulgar os valores exatos atinentes a cada propriedade em questão. Todavia, como prova do seu compromisso de transparência para com o torcedor, divulgou, em sua nota oficial abaixo mencionada, muito mais informações sobre o negócio do que é praxe nesse tipo de acordo envolvendo clubes de futebol do Brasil.

O que o SPFC reafirma nessa oportunidade, como já o fez anteriormente, que está feliz e absolutamente satisfeito com a retomada da parceria com a Penalty e que tem convicção de que será a mesma tão exitosa e bem sucedida como já foi no passado.

Quanto ao mais, o SPFC compreende que a matéria em referência está eivada por uma combinação de sentimentos ruins, tais como: o ego ferido do jornalista que já houvera sido desmentido sobre esse mesmo tema recentemente, bem como paixões clubísticas e outras motivações subalternas, que, colocadas em detrimento da responsabilidade jornalística, somente poderiam resultar, como efetivamente resultaram, em material de conteúdo jornalístico absolutamente imprestável na medida em que não atinge a finalidade precípua de bem informar os leitores e o público em geral.


Julio Cesar Casares
Vice-Presidente de Comunicação e MarketingSão Paulo "

Quem também escreveu sobre o acordo foi o jornalista Erich Beting, em seu blog no Uol. Apontado como referência em marketing esportivo ele também julga o contrato inflado, com a ressalva de que o contrato vale isso, mas espremendo os valores ao máximo e considerando o melhor dos mundos para o SPFC nesta temporada.

Um dado importante é que, apesar de todas as variantes nesses acordos, o valor pago em dinheiro a cada clube é fixo. Como material esportivo não paga ninguém e nem contrata jogador esse valor é o que mais influi diretamente nos cofres do clube. O São Paulo irá receber em dinheiro cerca de R$ 13 milhçoes. O Flamengo vai receber da Adidas R$ 12, 5 milhões nos cinco primeiros anos. No entanto, o valor pago ao rubro-negro carioca vai subir para expressiva marca de R$ 17, 5 milhões nos últimos cinco anos de contrato. Por fim, o acordo entre Corinthians e Nike é de R$ 15 milhões por temporada.

O debate sobre o patrocínio do São Paulo deve continuar a toda nos próximos dias. Além da truculência de parte dos dirigentes do clube no trato com a imprensa, essa história toda só mostra o quanto o futebol brasileiro está longe de ser transparente.

*atualizado às 9h12 de quinta-feira




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